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O nosso corpo tende a reagir igualmente a perigos reais ou imaginados com o mesmo tipo de respostas fisiológicas que os nossos antepassados, como se a nossa vida dependesse disso. O resultado é muitos viverem num ciclo diário de stress. Neste e em artigos no futuro vou  propor estratégias para aprender a lidar com o stress.

Se ocupa posições de liderança, esta questão é especialmente relevante para si. Estudos têm vindo a demonstrar que são os líderes mais efetivos são aqueles capazes de se renovarem. Se este assunto lhe interessa, sugiro ler o white paper Líderes efetivos que geram resultados.

Uma historia: quanto pesa o copo?

Ultimamente esta história tem corrido nas redes sociais e ilustra muito bem como o stress se pode tornar insustentável. Numa workshop sobre gestão de stress, a palestrante agarrou num copo com água. Embora toda a gente estivesse à espera que ela fosse falar sobre a questão do “meio cheio, meio vazio”, ela perguntou sorrindo quanto pesava o copo com água. As respostas variaram entre 200g a 500g ao que ela, surpreendendo todos, respondeu “o peso absoluto não interessa”. Depois de uma pausa continuou “O peso depende do tempo que segura o copo. Se o segurar durante um minuto, não é um problema. Se o segurar durante uma hora, vou ter uma dor no meu braço. Se o segurar durante todo o dia, o meu braço ficará dormente. Em qualquer dos casos, embora o peso do copo não varie, ao longo do dia vai ficando mais pesado. O stress e as preocupações são como um copo com água. Quanto mais pensamos neles e os temos na nossa vida mais pesados ficam e mais nos paralisam até não conseguirmos fazer nada. Lembrem-se de colocar o copo na mesa.”

Como fazemos stress?

Coração a bater mais depressa, ansiedade, irritação, insónias, tensão muscular, fadiga, falta de motivação, são alguns dos sintomas de stress. Uma das definições mais aceites de stress, atribuída a Richard Lazarus, é que o stress é uma condição ou sentimento que ocorre quando uma pessoa tem consciência que as solicitações a que está sujeita excedem os recursos que é capaz de mobilizar.

O nosso corpo não foi desenhado para lidar com situações diárias e continuadas de stress. Este stress crónico é muitas vezes gerado por coisas como começar logo o dia a pensar no que tem que fazer ou num problema, o trânsito, o computador que não funciona, alguém que o frustra ou causa problemas, atrasos ou obstáculos, trabalhar num modo de tudo para ontem, a pressão e as crises constantes. O stress é a reação do nosso organismo a todas estas formas de pressão.

Em qualquer destas situações, em milissegundos, o nosso corpo ativa o sistema nervoso simpático e segrega hormonas como o cortisol e a adrenalina. Basicamente é o mesmo processo que os nossos antepassados ativavam quando eram surpreendidos por uma fera a precisar de almoço e cuja resposta, lutar ou fugir, tinha que ser dada instantaneamente. Nos nossos dias há dezenas de feras a quererem-nos comer… diariamente. Em cada um destes ciclos, a pulsação aumenta, o sangue foge do cérebro para os músculos (para lutar ou fugir) e o cérebro desliga circuitos neuronais não essenciais. O nosso corpo tende a reagir igualmente a perigos reais ou imaginados. Inconscientemente as pessoas respondem a desafios organizacionais e psicológicos como se a sua vida dependesse disso. Como estes processos ocorrem muitas vezes durante o dia, não temos tempo para recuperar de cada um.

Quais as consequências do stress?

Neste cenário o sistema imunitário fica menos ativo, quase para a produção de novos tecidos neuronais e em situações de stress cronico aumenta a probabilidade de doenças como diabetes, ulceras, cancro, enfartes, problemas gastrointestinais, problemas de sono e disfunções sexuais. Neste estado as pessoas fecham-se aos outros e a novas ideias, tornam-se menos flexíveis e criativas, perdem capacidades de aprendizagem, sentem-se ansiosas e por vezes deprimidas, entendem o que as pessoas dizem ou fazem como uma ameaça ou algo negativo, o que alimenta ainda mais o ciclo do stress.

Como gerir o stress?

A gestão do stress passa por:

  1. fazermos alguma coisa por mudar as situações em que nos encontramos;
  2. mudarmos o modo como nos sentimos em relação a essas situações.

Comece por identificar as causas das situações que lhe causam stress. Algumas podem ser recorrentes e depois de as identificar poderá mudar as situações ou o modo como se sente em relação a elas. O primeiro passo é saber quais são. Faça um registo diário destas situações e de como reage. A análise dessa informação vai permitir-lhe identificar as causas mais frequentes e definir um plano de ação.

Tipos de stress

De seguida resumo os quatro tipos de stress mais comuns (tal como classificadas por Karl Albrecht) e sugestões de estratégias para os combater.

Tempo: Acontece quando nos preocupamos muito com o tempo (ou falta dele), com as coisas que temos que fazer, quando pensamos que não vamos conseguir. Pode ser levado ao extremo em pessoas que se preocupam constantemente com prazos e em chegar a horas.

Estratégias: melhorar a gestão de tempo e de prioridades, transformar a ideia que se tem do tempo e do que é importante.

Antecipação: Acontece quando nos preocupamos excessivamente com o futuro e receamos que algo corra mal.

Estratégias: endereçar as raízes do medo especifico ou a falta de confiança, trabalhar a concentração no momento presente por exemplo com técnicas de meditação e criação de imagens mentais positivas das situações futuras.

Situações imprevistas: Acontece quando somos apanhados em situações imprevistas como por exemplo conflitos e que nos impedem de cumprir os nossos objetivos.

Estratégias: reconhecer sintomas emocionais e físicos, aprender a pôr estas situações em perspetiva, preparação prévia.

Encontros com pessoas: Acontece quando nos preocupamos com a interação com outras pessoas (por exemplo reuniões).

Estratégias: melhorar competências pessoais e inteligência emocional.

Estratégias para lidar com o stress e melhorar a sua qualidade de vida

Cada vez mais estudos demonstram que modo como cuidamos do nosso corpo, emoções e mente tem impacto no stress. Em artigos no futuro vou detalhar algumas coisas simples que têm um grande impacto na nossa qualidade de vida e no modo como lidamos com o stress.

 

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AO COMANDO DA OBJETIVO LUA

Ana Relvas, Ph.D & Consultora de Desempenho

Ana Relvas é a propulsora da Objetivo Lua, projeto que cresceu da sua vontade em ajudar outros a concretizarem o seu potencial e foi construído sobre uma carreira de mais de 10 anos como Gestora e Engenheira Aeroespacial.

É esta experiência que, aliada à formação como Coach e Master Practitioner em Programação Neurolinguística, permite entender os desafios profissionais atuais e desenhar programa para cada pessoa, equipa ou empresa.

 

 

 

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