“Pessoas sob pressão de tempo não pensam mais depressa.” Tim Lister
Encontrei esta frase no livro “Slack: Getting Past Burnout, Busywork, and the Myth of Total Efficiency” de Tom DeMarco que aconselho vivamente a todos os que gerem equipas de “profissionais do conhecimento” (knowledge workers), ou seja, pessoas que criam algo com base nos seus conhecimentos específicos, criatividade e capacidade de análise.
Não existe versão em Português deste livro mas se sabe inglês reforço a minha sugestão de leitura. Nos próximos tempos vou partilhar algumas das ideias deste livro.
Uma destas ideias é que muitos gerem “profissionais do conhecimento” segundo os mesmos princípios da gestão de trabalhadores fabris que realizam um trabalho mecanizado. Sujeitarem profissionais do conhecimento à pressão de tempo é contraproducente já que a maior parte da sua atividade requer pensarem e a pressão de tempo não os faz pensar mais depressa.
Há no entanto a ilusão que esta estratégia gera resultados já que numa primeira fase, aparentemente, há uma maior produtividade mas isso não é sustentável.

Segundo o autor, e como ilustrado na zona I do gráfico, sob pressão existe, numa primeira fase, uma maior produtividade (menos tempo para completar a tarefa) já que as pessoas tendem a:
- Eliminar tempo desperdiçado;
- Adiar tarefas que não estão no caminho crítico;
- Ficar a trabalhar até mais tarde.
Com o aumento da pressão, Zona II do gráfico, as pessoas começam a ficar cansadas e a sentirem pressão em casa acabando por ter menos produtividade nas horas “produtivas”.
Finalmente, na Zona III, as pessoas começam a atualizar o CV e à procura de trabalho noutro sítio.
Planos agressivos que não têm em conta a realidade e a capacidade das equipas realizarem o trabalho são muitas vezes resultado de não ser aceite a frontalidade e o profissionalismo de quem gere o trabalho dizer que não há condições para o realizar naquele intervalo de tempo.
Geram-se assim, e até com algum orgulho, planos agressivos que não só são inúteis como são também perigosos.
E o perigo é de na realidade gastar mais tempo e recursos e mesmo assim não conseguir cumprir os prazos e o nível de qualidade desejado.
O primeiro passo é perceber que a pressão constante neste tipo de equipas não resulta e que é preciso ter coragem para encontrar outras estratégias para gerar planos que sejam úteis e realistas. 🙂
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Ana Relvas, Ph.D & Consultora de Desempenho
Ana Relvas é a propulsora da Objetivo Lua, projeto que cresceu da sua vontade em ajudar outros a concretizarem o seu potencial e foi construído sobre uma carreira de mais de 10 anos como Gestora e Engenheira Aeroespacial.
É esta experiência que, aliada à formação como Coach e Master Practitioner em Programação Neurolinguística, permite entender os desafios profissionais atuais e desenhar programa para cada pessoa, equipa ou empresa.








