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Aqui vai encontrar boas práticas com lhe dão ferramentas para tirar mais partido do seu caderno de viagem e aumentar a probabilidade de chegar onde quer.

Grande intenção

 

Comece por definir qual a sua grande intenção para as próximas 36 semanas de uma forma positiva e da forma mais específica que conseguir. Definir o destino de forma positiva e específica nem sempre é fácil mas é muito importante para aumentar a probabilidade de lá chegar.

Vou dar-lhe exemplos para clarificar o que é que isto quer dizer.

 

Forma positiva

 

Imagine que identificou que perde a paciência com frequência e não ouve os outros, ou que precisa de melhorar a sua gestão de tempo e organização.

Poderia começar por definir que a sua intenção é

“Não perder a paciência e ouvir melhor os outros”.

No entanto, “Não perder a paciência” está formulado na forma negativa, ou seja, dá-lhe pistas do que não quer que aconteça mas não o orienta para o que quer que aconteça.

Uma forma positiva seria

“Ser mais paciente e ouvir melhor os outros”.

Isto pode ser suficiente na fase da definição das intenções para as próximas semanas mas pode dar mais um passo fazendo-o de uma

Forma específica

 

Como sabe que está a fazer “ser mais paciente”? Quanto mais específico for, mais fácil será, na altura certa, lembrar-se de adotar esse comportamento.

Uma formulação alternativa e altamente específica poderia ser:

“Quando sinto que estou a ficar impaciente, vou respirar fundo 5 vezes e deixar as outras pessoas acabarem o seu raciocínio, ouvindo-as com atenção e colocando-me na posição delas imaginando como me sentiria e o que faria se aí estivesse”.

Repare que isto é só uma ideia. Construa a sua própria formulação.

Também podemos tornar mais específico o destino

“Melhorar a gestão de tempo e organização”.

Pode ajudar imaginar o que vai observar quando lá chegar. Por exemplo

“vou conseguir realizar o meu trabalho dentro do horário de trabalho e cumprir os prazos”.

Especificar ainda mais com base no modo como vai lidar com os obstáculos

 

Se fosse fácil chegar onde queremos bastava ir. Normalmente o que acontece é que existem obstáculos entre nós e esse destino. Coisas com que temos de lidar para realizar esse caminho.

O primeiro passo é identificar aquilo que pode dificultar essa viagem e é isso mesmo que o vai ajudar a percorrer esse caminho.

Esta é a base para criar uma lista de ações/áreas onde se pode focar para lidar com os potenciais problemas e aumentar a probabilidade de concretizar aquilo a que se propõe mês a mês, semana a semana.

Voltando ao exemplo da gestão de tempo, pode chegar à conclusão que tem dois obstáculos no seu caminho:

  • Mais trabalho do que tempo
  • Falta de eficiência a realizar as tarefas

Repare que estes dois obstáculos tornam-se duas áreas de trabalho onde pode concentrar a sua energia e em cada mês criar soluções para os ultrapassar.

Por exemplo, para lidar com o “mais trabalho do que tempo” pode melhorar o modo como define prioridades e diz não ou delegar tarefas.

 

Reflita fazendo uma lista ou um esquema

 

Faça uma lista ou um esquema tipo mindmap do que pretende. Esta informação vai servir para definir o caminho.

 

Viagens mensal e semanal

 

Em cada mês pode-se focar numa das áreas que definiu.

Voltando ao exemplo anterior, imagine que escolhia focar-se no “delegar”. A intenção de desenvolvimento para esse mês poderia ser

“delegar trabalho que me poupe em média 1 hora por dia”.

E neste caso, o plano de atividades específico do mês poderia ser:

  • Fazer uma lista das tarefas que realizo
  • Identificar pessoas em quem delegar, o que preciso de preparar, como vou monitorizar
  • Procurar informação sobre como delegar de um modo eficaz
  • Delegar e acompanhar

Em cada semana, poderia escolher uma ou duas dessas tarefas e focar-se em passar a informação às pessoas e estar disponível para apoiar e dar feedback.

Vamos agora o exemplo de “ser mais paciente” cuja estratégia pode ser diferente. Se fosse fácil ser paciente não havia pessoas impacientes.

Neste caso que envolve alterar comportamentos/respostas condicionadas ajuda perceber quais os sinais de que está a assumir esse comportamento.

Por exemplo, como sabe que está a perder a paciência? Quais são os contextos/pessoas que despoletam esse estado? Tem noção do que está a acontecer em tempo real?

Pode começar por fazer uma lista das situações/interações com pessoas em que potencialmente pode perder a paciência.

E agora, como lidar com isto? Passo a passo, não tenha expetativa de que de um dia para o outro tudo mude.

Comece por exemplo por numa semana focar-se em ter consciência de que está a ficar impaciente e sempre que o fizer faça algo como mudar o relógio de braço ou fazer um risco num caderno.

Se for mesmo difícil, peça a alguém que lhe faça um sinal quando observa que está a adotar comportamentos típicos de impaciência, como interromper o outro, falar mais alto ou começar a fazer outra coisa e deixar de prestar atenção.

Identifique padrões e na semana seguinte foque-se em trabalhar alguns desses padrões. Imagine que identificou que perde a paciência com alguém específico ou em situações específicas como por exemplo quando alguém adota um determinado comportamento.

Escolha uma dessas situações e treine por exemplo o respirar fundo e só falar quando o outro acaba numa dessas situações ou com uma dessas pessoas. Não precisa de ser sempre! Só numa situação. Comece por uma das menos difíceis.

Pode também no início do dia tentar antecipar quais serão as situações em que potencialmente pode ficar impaciente e encontrar uma forma para se lembrar antes da situação, dando uma mensagem clara a si mesmo que é importante estar mais atento.

Um dos obstáculos que pode encontrar é mesmo muito simples: esquecer-se de fazer o que definiu! Deixo-lhe algumas ideias de possíveis lembretes neste caminho:

  • colocar postits/lembretes visíveis ou em sítios que sabe que vá ver em situações mais desafiantes (por exemplo um postit a lembrar de manter a calma no meio da documentação que vai levar para uma reunião)
  • alertas no computador ou telemóvel
  • alterar a sua password para entrar no computador para uma palavra ou frase que o lembre da sua intenção
  • colocar um objeto que o ligue ao objetivo em cima da sua secretária.

Semanalmente a reflexão sobre os resultados que obteve vai trazer-lhe mais pistas para redesenhar o caminho e experimentar novas abordagens.

Sistemas vs. Objetivos

 

Depois do entusiasmo da definição do nosso destino (também conhecido como objetivo) vem muitas vezes a frustração.

A frustração de não o conseguir alcançar. A frustração de olhar para trás e perceber que nada mudou. A frustração de viver num estado de quase-fracasso porque estamos sempre a correr para algo.

E há também a frustração de ao chegar lá, ao realizar o objetivo, percebermos que a satisfação não é assim tão duradoura.

Não estou a dizer que definirmos objetivos não é importante se não, não estávamos a fazer este trabalho. Eles guiam-nos e dão-nos propósito mas o modo como muitos de nós estamos a lidar com isso, na prática, reduz a nossa probabilidade de os alcançarmos e, principalmente, de nos sentirmos satisfeitos.

Alguns especialistas defendem uma abordagem alternativa: em vez de definir objetivos defina um sistema. Repare que o caderno de viagem semanal é isso mesmo: um sistema!

Vou dar-lhe vários exemplos para clarificar este conceito.

 

Objetivo: escrever um livro.

Sistema: escrever 500 palavras por dia (pode não ser muito mas se o fizermos todos os dias…um dia o livro está escrito).

 

Objetivo: perder peso ou atingir um determinado desempenho desportivo.

Sistema: fazer uma hora de exercício por dia.

 

Objetivo: mudar de emprego.

Sistema: fazer uma candidatura ou contacto por dia.

 

Objetivo: ser mais paciente.

Sistema: uma vez por dia, quando sentir que estou a ficar impaciente, respirar profundamente 5 vezes, observar o que se está a passar no meu corpo, observar quais os meus pensamentos e só depois disso escolher como vou responder.

 

Objetivo: sair meia hora mais cedo do trabalho.

Sistema: passar as duas primeiras horas do dia completamente focado em tarefas importantes, sem ver email, sem atender o telefone e fazendo o que for necessário para reduzir as interrupções.

 

 

Ao criarmos sistemas estamos a focarmo-nos no que podemos controlar no dia-a-dia que são pequenas alterações ao nosso comportamento ou rotinas que podemos adotar.

Alguns sistemas numa primeira fase podem consistir na procura e aprendizagem de estratégias como por exemplo focar-se em investir x horas por dia a ler ou fazer cursos sobre um tema.

Além disso, ao realizarmos estes pequenos passos vamos sentir continuamente satisfação e motivação pois todos os dias estamos a cumprir aquilo a que nos propusemos (em vez de esperar pelo dia em que chegamos ao destino, vamos usufruindo da viagem).

Conceitos que podem ser úteis neste caminho

 

De seguida encontra algumas TedTalks sobre temas que podem ser úteis neste caminho.

 

Sobre a importância da prática deliberada

 

 

Sobre as crenças que nos ajudam a melhorar

 

 

Sobre a importância da linguagem corporal