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Em todos (sim, todos e eu não sou muito de fazer generalizações desta natureza) os cursos que facilito encontro pessoas que gostariam de trazer algum tipo de comportamento de um modo sistemático para a sua vida.

Muitas destas pessoas desejam-no porque são comportamentos que acreditam que os vão ajudar a sentirem-se melhor, com mais energia, com mais saúde, com mais resiliência.

Estes comportamentos podem ser coisas tão simples como beber água, fazer algum tipo de alongamento na cadeira, fazer algumas pausas por dia, praticar exercício, fazer diferentes escolhas alimentares, criar rotinas de foco, e tantas outras.

Na maior parte dos casos, visto de fora, estes comportamentos parecem relativamente simples de adotar mas se fossem provavelmente eu não estava a escrever este artigo.

Vou partilhar algumas dicas para facilitar a adoção deste tipo de comportamentos.

Antes de continuar a ler o resto do artigo, pergunto-lhe “ no seu caso, qual o comportamento que gostaria de trazer para o seu dia-a-dia?” para aproveitar e por já em prática o que sugiro de seguida.

Escolha só um!

Dica #1: Estar determinado a transformar ou adotar UM e SÓ UM comportamento

Às vezes queremos mudar TUDO o que é o primeiro passo para ficar TUDO na mesma.

É importante focarmo-nos numa coisa só.

Um novo comportamento implica ou transformar um que já temos (e está em piloto automático) ou colocar em piloto automático um novo comportamento. Ambas as opções implicam gastarmos mais energia mental do que o nosso estado normal. Encare esta energia como um recurso limitado.

Como imagina mudar mais coisas ao mesmo tempo requer mais energia e por isso corremos o risco de no fim tudo ficar na mesma.

Dica #2: defina o comportamento que quer adotar de forma específica

Qual é o comportamento específico que queremos adotar? Parece uma pergunta palerma mas não é porque ajuda bastante sabermos exatamente o que queremos passar a fazer.

Queremos beber mais água. Um copo a mais? Uma garrafa?

Queremos fazer exercício. Que tipo de exercício? Quantas vezes por semana?

Dica #3: transforme a história do “é muito complicado”

“Eu gostava muito de “…” MAS isso é muito complicado/difícil/não depende de mim…”

Somos bastante criativos a contar histórias sobre os obstáculos que nos impedem de adotar esse comportamento e na prática tratar disto é o mais importante.

Comecemos por olhar para esses obstáculos/dificuldades/complicações como coisas que existem e que podem ser “tratadas”.

O primeiro passo é fazer uma lista e encontrar soluções para cada um deles. Se estiver a ser difícil, imagine que os obstáculos não são “seus” mas sim de um amigo. O que lhe diria?

Algumas das histórias mais comuns têm a estrutura

“Eu até quero MAS…”.

Esta estrutura linguística tira-nos logo toda a vontade de fazer alguma coisa.

Só para baralharmos um pouco as nossas ideias pré-concebidas (e vermos novos caminhos) podemos reformular esta história para

“Eu até quero E…”

  • “Eu até quero mas pela razão X não me dá jeito” fica “Eu até quero E pela razão X não me dá jeito”. Tenho observado que a razão X é na maior parte das vezes uma história relacionada com crenças ou preferências que podemos questionar. “Eu até quero fazer exercício mas só posso ao fim do dia e a essa hora não gosto”. E se passar a gostar ou se perceber que existem outras coisas mais importantes que essa preferência? Se não consegue, pode sempre continuar a gostar de não praticar exercício.

 

  • “Eu até quero mas esqueço-me” fica “Eu até quero E esqueço-me.” Agora vamos lidar com o obstáculo “Esqueço-me”. A solução é criar estratégias para se lembrar! Por exemplo, coloque um postit visível ou altere a password do seu computador para uma frase que o inspire e lembre.

 

  • “Eu até quero mas não tenho tempo” fica “Eu até quero e não tenho tempo”. Respire fundo e aceite que há mais coisas que queremos fazer do que tempo disponível. E por isso vamos ficar acomodados? Algumas dicas:

Não ter tempo é uma frase que nos habituamos a dizer para esconder uma realidade mais profunda: que há coisas mais importantes para nós fazermos do que aquilo para o qual não temos tempo. O problema é que na maior parte das vezes não temos bem consciência dessa importância e essa escolha está em piloto automático. Sugiro-lhe que em vez de dizer

“Não tenho tempo para “…”

experimente dizer

“O que faço em vez disso é mais importante”…

Talvez seja, ou talvez não.

Comece com passinhos bebé. Seja menos ambicioso. O que custa muitas vezes é começar. Por exemplo, alguém que queira fazer mais pausas ao longo do dia pode começar por decidir que vai começar a fazer só uma, só uma, pausa ao longo do dia. E esta é sagrada. Comprometa-se a começar com algo realista. Isso vai ajudar a trazer esse comportamento para o dia-a-dia e a manter o empenho e entusiasmo.

Dica #4: prepare-se para que pode não funcionar à primeira…

Eu sei que neste momento está entusiasmado para colocar algumas destas ideias em prática.

Respire fundo novamente e prepare-se: podem não funcionar à primeira e para algumas pessoas isso pode ser desmotivador.

O que pode fazer?

Um caminho é desistir.

Outro caminho é observar o resultado que obteve, identificar os obstáculos que encontrou e começar tudo do início. Como pode lidar com esse obstáculo?

Com a mesma criatividade que usamos para contar as histórias do porque é que “é muito difícil e complicado” podemos criarmos outras histórias, as histórias de como mudámos TUDO.

Dentro de algumas semanas vou facilitar um workshop em Lisboa sobre gestão de stress. Aqui vamos trabalhar alguns comportamentos que são úteis adotar a quem quer lidar com o stress e sentir mais energia. As dicas deste artigo serão uma boa ajuda para os participantes!

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AO COMANDO DA OBJETIVO LUA

Ana Relvas, Ph.D & Consultora de Desempenho

Ana Relvas é a propulsora da Objetivo Lua, projeto que cresceu da sua vontade em ajudar outros a concretizarem o seu potencial e foi construído sobre uma carreira de mais de 10 anos como Gestora e Engenheira Aeroespacial.

É esta experiência que, aliada à formação como Coach e Master Practitioner em Programação Neurolinguística, permite entender os desafios profissionais atuais e desenhar programa para cada pessoa, equipa ou empresa.

 

 

 

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